Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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mai
03
Carlos Arnaud
Minha Bela Angelina, minha Angelouca,
Tens a beleza que não cabe num poema.
Querias se pudesse, beijar-lhe a boca,
Dos problemas o mais sublime problema.
Nesta vida, és meu anjo, a minha sorte,
Em tudo o mais insigne e doce dilema.
Teu amor, no meu destino é o meu norte,
E uma luz que na escuridão me algema.
Seja especialmente minha, meiga menina.
Sendo uma brisa suave, de pura alfazema,
Dentre todas mulheres és a mais feminina.
Que o tempo te preserve sempre divina.
No jardim da vida como uma flor suprema,
Tu brotas no meu coração, Bela Angelina.
abr
26
Juvenal Antunes
Guarda, esconde estes versos no teu seio!
Talvez, um dia, lendo-os novamente,
Teu coração, ao meu amor alheio,
Creia, afinal, no que minha alma sente.
Sei que te sou de todo indiferente...
Mas, se o meu coração está tão cheio
De ti, serei, por isso, um delinquente,
Se até nem sei de onde este amor me veio?
Seja feliz! Seguirei o meu destino...
Conheço, enfim, meu grande desatino
De possível julgar este impossível...
Mas, o direito de te amar, suponho,
Ninguém me roubará... De amor um sonho,
Não foi, não é, nunca será punível!
abr
19
Carlos Arnaud
No alvorecer sagrado da esperança,
Ressurge a luz em áureo resplendor,
O verbo eterno rompe a fria lança,
Do túmulo ergue o Cristo Salvador.
Os sinos clamam hinos de bonança,
Em notas de ouro e de púrpura dor,
A terra exulta uma lírica lembrança,
Ao sacrifício imenso do Redentor.
O sangue verte na rubra claridade,
Lava os pecados, rompe a vil cadeia,
E o mundo se veste na túnica da paz.
Uma luz divina brilha na eternidade,
O Amor renasce, a alma se incendeia,
Na doce aurora que jamais se desfaz.
abr
12
Mário Beirão
Porque esse olhar de sombra de temor
Se perde em mim, às horas do sol posto,
Quando é de âmbar translúcido o teu rosto,
E a tua alma desmaia como flor;
Porque essas mãos, ardidas de fervor,
Ampararam minha vida de desgosto,
Pobre que sou, Mulher, eu hei composto
Harmonias de prece em teu louvor!
Dei-te a minha alma para ti nascida,
Meus versos que são mais que a minha vida;
Por Deus, perdoa ao mísero mendigo!
Perdoa a quem, ansioso de outro mundo,
Implora à Morte o sono mais profundo,
Só pela graça de sonhar contigo!
abr
05
Carlos Arnaud
Sutil, desvia o olhar e nunca se atreve,
Qual sombra ante à margem da emoção.
Furtiva espia, ardendo densa pretensão,
Enquanto o tempo, em silêncio lhe leve.
Que arte é essa que a paixão prescreve,
Ao passo tímido de tamanha tentação?
Por um segundo, rápida e ampla visão,
No canto do olhar, fixa um amor breve.
Oh, Bela Angelina, a chama do desejo,
Que num rastro discreto busca ensejo,
De querer com sutileza e astúcia tais!
Perdurará no olhar nu de quem intenta,
Entre os rabos dos olhos, há a tormenta
De amar sempre calada, e de nada mais.
mar
29
Manuel Bandeira
Meu tudo, minha amada e minha amiga,
Eis, compendiada toda num soneto,
A minha profissão seria de fé e afeto,
Que à confissão, aos teus pés, me obriga.
O que na alma guardei de muito antiga
Experiência foi pena e ansiar inquieto.
Gosto pouco do amor ideal objeto
Só, e do amor só carnal não gosto amiga.
O que há melhor no amor é a iluminância.
Mas, ai de nós! não vem de nós. Viria
De onde? Dos céus?… Da distância?…
Não te prometo os estos, a alegria,
A assunção… Mas em toda circunstância
Ser-te-ei sincero como a luz do dia.
mar
22
Cruz e Souza
Grande amor, amor, grande mistério
Que as nossas almas trêmulas enlaça...
Céu que nos beija, céu que nos abraça
Num abismo de luz profundo e sério.
Eterno espasmo de um desejo etéreo
E bálsamo dos bálsamos da graça,
Chama secreta que nas almas passa
E deixa nelas um clarão sidéreo.
Cântico de anjos e de arcanjos vagos
Junto às águas sonâmbulas de lagos,
Sob as claras estrelas desprendido...
Selo perpétuo, puro e peregrino
Que prende as almas num igual destino,
Num beijo fecundado num gemido.
mar
15
Antero de Quental
Para tristezas, para dor nasceste.
Podia a sorte pôr-te o berço estreito
Em algum palácio e ao pé de régio leito,
Em vez deste areal onde cresceste:
Podia abrir-te as flores - com que veste
As ricas e as felizes - nesse peito:
Fazer-te... o que a Fortuna há sempre feito...
Terias sempre a sorte que tiveste!
Tinhas de ser assim... Teus olhos fitos,
Que não são deste mundo e onde eu leio
Uns mistérios tão tristes e infinitos,
Tua voz rara e esse ar vago e esquecido,
Tudo me diz a mim, e assim o creio,
Que para isto só tinhas nascido!
mar
08
Carlos Arnaud
Branca morada onde Bela Angelina pousa,
De arrimo, claros muros vão se elevando.
Nos vãos do templo, a paz em si repousa,
Sutil silêncio sempre ao vento entoando.
Esculpidos em mármore carrara, tronos.
Vê-se cúpulas e pisos de alvura e de alvor.
Nas tramas das colunas, erguem-se panos,
Germinam gerânios e rosas no exterior.
No átrio eterno, quando a luz se entrega,
Ouve-se lindas canções em dias imortais,
Enquanto ao seu tempo o destino navega.
E a Bela Angelina, diante os amplos vitrais
Do Novo Lar que escolheu, a vida abnega,
Construindo seus sonhos em tempos reais...
mar
01
Carlos Arnaud
Na busca incessante por serenidade,
Enquanto o carnaval aqui se estende,
Procuro um refúgio de tranquilidade,
Longe da folia que o sossego ofende.
As alegorias que aos meus olhos ferem,
O funk ignóbil, tanto irrita e maltrata,
São vultos e sons qual jamais preferem,
Meu ser calmo, e a santa paz do Prata.
Ah, mas que sujeitinho chato de veneta,
Que não acha graça nessa festa momesca,
Onde as drogas fluem de forma dantesca?
Carnaval é uma obra nefasta do capeta.
E é por trás das máscaras e fantasias
Que se escondem as vezes vidas vazias.
fev
22
Cláudio Manuel da Costa
Não se passa, meu bem, na noite, e dia
Uma hora só, que a mísera lembrança
Te não tenha presente na mudança,
Que fez, para meu mal, minha alegria.
Mil imagens que debuxa e fantasia,
Mais me atormenta e mais me cansa...
Pois tão longe estou de uma esperança,
Que alívio pode dar-me esta porfia!
Tirano foi comigo o fado ingrato,
Que crendo, em te roubar, pouca vitória,
Me deixou para sempre o teu retrato:
Eu me alegrara da passada glória,
Se quando me faltou teu doce trato,
Me faltara também dele a memória!
fev
15
Cruz e Souza
É a bondade que te faz formosa,
Que a alma te diviniza e transfigura;
É a bondade, a rosa da ternura,
Que te perfuma com perfume de rosa.
Teu ser angelical de luz bondosa
Verte em meu ser a mais sutil doçura,
Uma celeste, límpida frescura,
Um encanto, uma paz maravilhosa.
Eu afronto contigo os vampirismos,
Os corruptos e mórbidos abismos
Que busquem tentar-me no Caminho.
Na suave, na mesma doce claridade,
No consolo, de amor dessa bondade
Bebo a tua alma como etéreo vinho.
fev
08
Carlos Arnaud
Pelo silêncio da noite, teu nome chamo,
Sob o céu de estrelas, teu olhar brilha,
E em sonhos, nos braços teus, me inflamo.
E a saudade em meu peito, forte fervilha.
As flores que desabrocham na primavera,
São pálidas, toscas ante a tua face calma.
Teu riso, é doce melodia branda e sincera,
Ao som dele, em êxtase, descanso a alma.
Nos teus olhos castanhos encontro o carinho,
Oh, Angelina, teu amor é meu doce caminho,
Um rubor que me queima, numa chama pura.
Assim, na penumbra, eu sigo com meu sonho
Platônico, sincero, e às vezes bem tristonho.
Ao teu lado, minha vida será sempre segura.
Oh, Angelina, teu amor é meu doce caminho,
Um rubor que me queima, numa chama pura.
Assim, na penumbra, eu sigo com meu sonho
Platônico, sincero, e às vezes bem tristonho.
Ao teu lado, minha vida será sempre segura.
fev
01
Guilherme de Almeida
Ó namorados que passais, sonhando,
quando boia, no céu, a lua cheia!
Que andais traçando corações na areia
e corações nos peitos apagando!
Despertas ninhos vosso passo... Quando
pelas bocas em flor o amor chilreia,
nem sei se é o vosso beijo que gorjeia,
se são as aves que se estão beijando...
Mais cuidado! Não vá vossa alegria
afligir tanta gente que seria
feliz sem nunca ouvir nem ver!
Poupai a ingenuidade delicada
dos que amaram sem nunca dizer nada,
dos que foram amados sem saber!
jan
25
Luís de Góngora
O brilho de metal do teu cabelo
um dia se consome na ferrugem
e os olhos cristalinos, que hoje fulgem,
apagam-se em perpétuo pesadelo.
Tanto viço, não há como contê-lo:
os seios murcham, tudo se resume
numa disforme massa, feito estrume,
no lodo da matéria em desmazelo.
Aproveita o feitio tão formoso
e, juntos, desfrutemos cada gozo
que os deuses não nos neguem nem adiem.
Antes que esse teu corpo, enfim inerme,
converta-se em repasto para o verme,
celebremos Horácio - Carpe diem!
jan
18
Araújo Figueredo
Dessa tarde recordo a profunda tristeza...
E porque não? Recordo a hora da despedida.
Eu te deixara só, meu sonho de beleza,
Ó meu lírio da serra, ó flor estremecida!
Nessa hora amargurada, a própria natureza
Parecia uma noiva, entre goivos, vestida
Para a morte. Do céu na límpida turquesa
Uma estrela surgiu, a resplender de vida!
Entre abraços, teu peito ao meu peito apertaste.
E eu para o mar parti. Mas de onde então ficaste,
Um rastilho de luz branca me acompanhou...
Seria o teu amor assim transfigurado?
Ou a saudade augural do teu peito magoado?
E onde o meu coração tristíssimo ficou?
jan
11
Carlos Arnaud
Nos braços da manhã, surge Angelina,
Com olhar sereno, um andar encantado,
No sonho, me envolve, bela e divina,
Num mundo mágico, suavemente airado.
Cabelos pretos como a noite descente,
Sorriso que ilumina, ternura infinita,
Presença que encanta de forma latente,
Cada gesto dela, uma emoção inaudita.
Em jardins floridos juntos amávamos,
Risos, abraços e beijos, trocávamos.
Acordo e percebo quão doce é sonhar.
Vivo cada dia a recordar seus gestos,
No silêncio da noite, sonhos requestos,
E vejo ao amanhecer, a luz do seu olhar.
jan
04
Alceu Wamosy
Ó fantasma sinistro da desgraça!
Visionário, sonâmbulo, maldito,
Que arrastas pelas sombras do infinito,
A agonia titânica da tua raça!
O teu vulto gigante, quando passa,
Traz no exterior ciclópico do grito,
Toda a fúria sombria do rio Cocyto,
Toda a insânia que as almas despedaça!
Que destino fatal teus passos leva?
Que procuras, vagabundo, alma de treva,
Pela noite dos séculos, a esmo?
De onde vens? Quem tu és? Importa pouco!
Talvez sejas Ahasverus, errante e louco,
Perdido na inconsciência de si mesmo ...
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