Carlos Arnaud
Seu passo é firme, e a graça não disfarça
O porte de uma Deusa em sua doce teia,
A fronte altiva, a voz que nunca anseia,
E os olhos - dois cristais em pura taça.
Nas tranças negras, a luz se faz escassa,
Tecidas como versos de grande epopeia,
São ondas que o silêncio em si enleia,
Cativo ao sopro que o mistério passa.
Não canta o vento em sua etérea dança,
Como o perfume que por ela sempre exala;
Nem mesmo a aurora a iguala em esperança.
Que os deuses, Angelina, calem a prosa rala.
Não há idioma que defina sua bela trança,
Ou um só olhar que nos seus fios se embala.
0 comentários :
Postar um comentário