Carlos Arnaud
Por que não te declaras, alma discreta,
Se tens nos olhos chama tão ardente?
Por que calar se o peito não se aquieta
E a voz do amor ressoa em tua mente?
Se a aurora em versos te interpreta
E o vento brando exalta o teu presente,
Por que almejas, minha tímida poeta,
Ceder ao anseio forte e contundente?
Talvez te iluda o medo inconsistente,
Que vela o brilho do teu próprio afeto,
Revelado em cada olhar mui claramente.
Oh, Bela Angelina, serei eu insolente?
Pois o amor que palpita e vive inquieto,
Um dia se abrirá, ainda que tardiamente.
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