Carlos Arnaud
Com mãos no arco e alvo olhar ardente,
Dispara dos céus a sua seta certeira,
Que fere o incauto, e em chama primeira
Inscreve o amor, vasto e transcendente.
Não há muralha, escudo ou resistente,
Que escape ao dardo e à dor verdadeira,
Pois sua boa feição, de aura ligeira,
Esconde um poder firme e persistente.
Ó anjo travesso, em tiros certeiros,
Brincas com as almas, alças destinos,
Tecendo os laços com gestos faceiros.
Que tua bela arte guie os desatinos,
E forje, ao lume dos tempos primeiros,
Sonhos áureos com anseios cristalinos.
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