Os Mais Belos Sonetos

Coletânea de sonetos escritos por poetas brasileiros, lusos e de outros paises

Carlos Arnaud

Na sala quieta, em tarde sem alento,  
Desliza um véu de névoa invisível,  
Um frio estranho, quase imperceptível,  
Caminha suave, feito um pensamento.

Não há razão, figura ou argumento,  
Só o pesar de um tempo imprevisível,  
Um eco mudo e leve, indiscernível,  
Que gela o riso e tolda o fundamento.

Seria um sonho que ficou de lado?  
Ou mesmo o vulto de algo nunca dito,  
Que insiste em vir, embora recusado?

É como o olhar no abismo infinito,  
Ver-se por dentro: imenso, desolado
E ouvir o mundo em um tom inaudito.

0 comentários :

Postar um comentário

Clicky