Mauro Mota
Brisa da tarde, mensageira brisa,
do tempo antigo como se voltasse.
Brisa do jardim público, na lisa
pedra do banco, uma legenda nasce.
Quase criatura pela relva pisa
flutuante, fina, alígera, fugace,
entre meus dedos trêmulos desliza,
sinto o seu beijo póstumo na face.
Brisa da tarde, vens tangida
pelos cabelos soltos, rápidos
cabelos esvoaçantes pelos céus azuis.
Lembro, um dia, a envolveste e foste embora,
brisa, e da amada tão distante, agora,
é o cheiro e a imagem que me restituis.
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