Carlos Arnaud
Nos lábios dela, a rima é mel furtivo,
Mas se beijá-la, provo o amargo pranto.
Seu olhar de íris clara e luz de espanto
Fere-me a alma, como aço frio e esquivo.
Doura-lhe o sol a tez, num tom lascivo,
Mas sua voz ressoa como um canto brando,
Pois há em seu peito o ardor pulsando
Que ao meu clamor responde mui reativo.
Minha Bela Angelina, sou mero viajante,
Perdido em órbita, sem brilho e fomento,
A vagar no vácuo, errante e distante.
Se o amor foi pena, traçou meu destino:
Serei eu poeta, e em versos o lamento
Por não ter sido o seu querer libertino.
0 comentários :
Postar um comentário