Carlos Arnaud
No tempo que a razão se faz madura,
E o passo já conhece o chão que pisa,
A vida se revela em sua forma pura,
Como arte que o escritor a eterniza.
Sessenta e seis - idade que me fulgura
Com luz serena, sábia e sem pesquisa;
Não se busca mais o ouro da aventura,
Mas guarda o dom que o tempo suaviza.
O mundo já não é só a chama e vento,
Mas livro aberto em páginas discretas,
Com versos que repousam seu momento.
E eu, que sou do tempo dos estetas,
Celebro em rima o nobre fundamento:
Viver é bom, e os anos me são poetas.
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