Cláudio Manuel da Costa
Não se passa, meu bem, na noite, e dia
Uma hora só, que a mísera lembrança
Te não tenha presente na mudança,
Que fez, para meu mal, minha alegria.
Mil imagens que debuxa e fantasia,
Mais me atormenta e mais me cansa...
Pois tão longe estou de uma esperança,
Que alívio pode dar-me esta porfia!
Tirano foi comigo o fado ingrato,
Que crendo, em te roubar, pouca vitória,
Me deixou para sempre o teu retrato:
Eu me alegrara da passada glória,
Se quando me faltou teu doce trato,
Me faltara também dele a memória!
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