Carlos Arnaud
No abismo azul da dor, tua alma acesa,
Canta mistério em névoas de esperança,
E o simbolismo, em tua lira, se balança
Como um perfume sublime da tristeza.
Negro cisne, em teu voo há tal leveza
Que o verso se transforma em aliança,
E a luz, que a tua pena ainda lança,
É chama que transcende a natureza.
Teu poema é triste lágrima que sutura,
É música que embriaga e que murmura
Velhos segredos do Infinito e do Além.
E o mundo, em tua angústia, se revela:
Tu foste a negra cor vestida de aquarela,
Foste o tom que o próprio céu contém.
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