Carlos Arnaud
No véu da mente, o tempo se desfaz,
Como um relógio em bruma silenciosa;
A alma vagueia em campos de lilás,
Sem rumo, sem a lembrança luminosa.
Os nomes caem como as folhas ao chão,
E o rosto amado é sombra que se esconde;
A vida é sonho, desfeito em lenta erosão,
Que o esquecimento, aos poucos, responde.
No olhar perdido, um eco de saudade,
Um gesto vago, um traço de verdade
Que a névoa interna insiste em dissolver.
Não há no peito um lume que nele persista,
Quando a mente insana, aos poucos, resista
Ao amor que, mesmo sem nome, sabe viver.
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