Os Mais Belos Sonetos

Coletânea de sonetos escritos por poetas brasileiros, lusos e de outros paises

João Xavier de Matos

Quando nas mãos de amor me vi sujeito,
A razão em mil erros consentindo,
Jurei de nunca mais, em lhe fugindo,
Sujeitar-me a seu bárbaro preceito.

Ora pude escapar-lhe, e ver desfeito
O duro laço, que me andara urdindo,
Até que pouco a pouco fui sentindo
De novas chamas inflamar-se o peito.

Olhando então por mim, achei quebrada
A ligeira promessa, a um brando rogo,
Por minha própria mão sacrificada;

Que juras contra amor, por desafogo,
São votos de tormenta já passada,
Que depois de serena, esquecem logo.

Carlos Arnaud

No véu da mente, o tempo se desfaz,
Como um relógio em bruma silenciosa;
A alma vagueia em campos de lilás,
Sem rumo, sem a lembrança luminosa.

Os nomes caem como as folhas ao chão,
E o rosto amado é sombra que se esconde;
A vida é sonho, desfeito em lenta erosão,
Que o esquecimento, aos poucos, responde.

No olhar perdido, um eco de saudade,
Um gesto vago, um traço de verdade
Que a névoa interna insiste em dissolver.

Não há no peito um lume que nele persista,
Quando a mente insana, aos poucos, resista
Ao amor que, mesmo sem nome, sabe viver.

Carlos Arnaud

No abismo azul da dor, tua alma acesa,
Canta mistério em névoas de esperança,
E o simbolismo, em tua lira, se balança
Como um perfume sublime da tristeza.

Negro cisne, em teu voo há tal leveza
Que o verso se transforma em aliança,
E a luz, que a tua pena ainda lança,
É chama que transcende a natureza.

Teu poema é triste lágrima que sutura,
É música que embriaga e que murmura
Velhos segredos do Infinito e do Além.

E o mundo, em tua angústia, se revela:
Tu foste a negra cor vestida de aquarela,
Foste o tom que o próprio céu contém.

Carlos Arnaud

Angelina, do Éden, num fulgor cristalino,
Em véus de aurora, paira além da matéria.
Seu belo encanto silente, sua paz etérea,
Faz o tempo se curvar ao seu poder divino.

No átrio da alma, o seu olhar peregrino,
Desvenda mistérios da dor mais sombria.
E em cada suspiro, há uma doce harmonia,
Que acalma o espírito e o torna genuíno.

Jamais se profana este seu gesto sereno,
Pois traz na presença um brilho tão ameno,
Que até mesmo o caos rende à sua beleza.

Se algum dia eu cair, que ela me sustenha,
Nas asas de fé, que o amor sempre desenha,
Num voo de luz, vencendo minha fraqueza.

Carlos Arnaud

No meu peito pulsa um vago sentimento,
Um frio etéreo, um sopro que se forma,
Qual brisa leve que, sem lei ou norma,
Desliza em mim com um trêmulo lamento.

Não sei se é dor, é gozo, ou movimento
De algo que foge e a alma desinforma,
Um eco preso onde no vazio transforma,
Um grito tão mudo em calmo sofrimento.

É como o mar que murmura meio fanho,
E traz na espuma um segredo estranho,
Um véu que dança em luzes de ilusão.

E sigo, preso a um pulsar que esconde,
Um coração que diz nada mas responde,
Cativo dessa minha estranha sensação.

Guilherme de Almeida

Ó namorados que passais, sonhando,
quando bóia, no céu, a lua cheia!
Que andais traçando corações na areia
e corações nos peitos apagando!

Desperta os ninhos vosso passo… E quando
pelas bocas em flor o amor chilreia,
nem sei se é o vosso beijo que gorjeia,
se são as aves que se estão beijando…

Mais cuidado! Não vá vossa alegria
afligir tanta gente que seria
feliz sem nunca ouvir nem ver!

Poupai a ingenuidade delicada
dos que amaram sem nunca dizer nada,
dos que foram amados sem saber!

Carlos Arnaud

No copo escuro, a dor se faz chorume,  
Licor de sombras, névoa que instiga,  
A alma se curva ao trago que resume  
O pranto calado de uma mágoa antiga.

Sinais de angústia brilham no absinto,  
Velha esperança que se desfez no ar,  
E o peito em chamas, já não vê distinto  
Se é sonho ou ruína a lhe acompanhar.

O álcool murmura em doses repetidas,  
Versos de espectros, vozes dissolvidas,  
Enquanto a vida, em silêncio lhe sorrir.

E o mundo gira em espiral de espanto,  
Num rito lento, febril e tão quebranto,  
Que até o tempo hesita em prosseguir.

Alceu Walmosy

Ó calvário do Verso! Ó Gólgota da Rima!
Como eu já trago as mãos e os tristes pés sangrentos,
De te escalar, assim, nesta ânsia que me anima,
Neste ardor que me impele aos grandes sofrimentos...

Esta mágoa, esta dor, nada existe que exprima!
Sinto curvar-me o joelho a todos os momentos!
E quanto falta, Deus, para chegar lá em cima,
Onde o pranto termina e cessam os tormentos...

Mas é preciso! Sim! É preciso que eu carpa,
Que eu soluce, que eu gema e que ensanguente a escarpa,
Para esse fim chegar, onde meus olhos ponho!

Hei de ascender, subir, levando sobre os ombros,
Entre pragas, blasfêmias, gemidos e assombros,
A eterna Cruz pesada e negra do meu Sonho! 

Carlos Arnaud

Olhos de âmbar, misteriosos, serenos,
Que a luz filtram em tom de claridade.
São como espelhos vítreos, tão amenos,
Mas guardam fundos de imensurabilidade.
                                       
Brilham sutis, em traços tão pequenos,
Que a forma vence a própria intensidade.
Não há excessos, nem arroubos plenos,
Só a medida correta da pura verdade.

Não são da terra, são de um céu velado,
Onde o silêncio canta em tom profundo,
E o tempo para, e angustia maravilhado.

Olhos que fazem do quase invisível mundo,
Um templo vivo, um sonho a ser louvado,
Na luz castanha clara que lhe é fecundo.

Carlos Arnaud 

Ergue-se altivo, na luz, um andarilho.
Seu vulto o segue, calmo e companheiro,
Dançando ao vento, qual espectro ligeiro,
Preso à sua essência de brando partilho.

Se o sol declina, ele torna-se exílio,
Estendido escuro, mais forte e inteiro,
O homem avança, mas seu fiel mensageiro
Lhe sussurra mistérios num terno idílio.

Na aurora brilha, discreto e discreto,
Na noite esconde-se, negro e completo,
Mas nunca o deixa, jamais se desfaz.

Assim caminham os dois neste enredo:
O homem, matéria. A sombra, segredo.
Ambos fundidos nesta dúvida mordaz.

Carlos Arnaud

Corpo em flor exalando a madrugada,
Em cada curva, um verso se insinua.
A pele, em luz, se mostra desfolhada,
E a boca é chama que jamais recua.

Teus olhos têm a cor nua da alvorada,
E em teu olhar, a calma se perpetua.
No gesto teu, uma arte é desenhada,
E o tempo, em ti, se dobra e continua.

Primavera dos meus sonhos ardentes,
Tu és perfume, brisa mansa e tentação,
Que em jardim floresce entre poentes.

E mesmo quando a noite diz: “não são”,
Teus beijos vivem - cálidos, latentes -
Na impassibilidade viva do meu coração.

Carlos Arnaud

Na sala quieta, em tarde sem alento,  
Desliza um véu de névoa invisível,  
Um frio estranho, quase imperceptível,  
Caminha suave, feito um pensamento.

Não há razão, figura ou argumento,  
Só o pesar de um tempo imprevisível,  
Um eco mudo e leve, indiscernível,  
Que gela o riso e tolda o fundamento.

Seria um sonho que ficou de lado?  
Ou mesmo o vulto de algo nunca dito,  
Que insiste em vir, embora recusado?

É como o olhar no abismo infinito,  
Ver-se por dentro: imenso, desolado
E ouvir o mundo em um tom inaudito.

Carlos Arnaud

Seu passo é firme, e a graça não disfarça
O porte de uma Deusa em sua doce teia,
A fronte altiva, a voz que nunca anseia,
E os olhos - dois cristais em pura taça.

Nas tranças negras, a luz se faz escassa,
Tecidas como versos de grande epopeia,
São ondas que o silêncio em si enleia,
Cativo ao sopro que o mistério passa.

Não canta o vento em sua etérea dança,
Como o perfume que por ela sempre exala;
Nem mesmo a aurora a iguala em esperança.

Que os deuses, Angelina, calem a prosa rala.
Não há idioma que defina sua bela trança,
Ou um só olhar que nos seus fios se embala.

Carlos Arnaud

No tempo que a razão se faz madura,
E o passo já conhece o chão que pisa,
A vida se revela em sua forma pura,
Como arte que o escritor a eterniza.

Sessenta e seis - idade que me fulgura
Com luz serena, sábia e sem pesquisa;
Não se busca mais o ouro da aventura,
Mas guarda o dom que o tempo suaviza.

O mundo já não é só a chama e vento,
Mas livro aberto em páginas discretas,
Com versos que repousam seu momento.

E eu, que sou do tempo dos estetas,
Celebro em rima o nobre fundamento:
Viver é bom, e os anos me são poetas.

Mauro Mota

Brisa da tarde, mensageira brisa, 
do tempo antigo como se voltasse. 
Brisa do jardim público, na lisa 
pedra do banco, uma legenda nasce. 

Quase criatura pela relva pisa 
flutuante, fina, alígera, fugace, 
entre meus dedos trêmulos desliza, 
sinto o seu beijo póstumo na face.

Brisa da tarde, vens tangida 
pelos cabelos soltos, rápidos 
cabelos esvoaçantes pelos céus azuis. 

Lembro, um dia, a envolveste e foste embora, 
brisa, e da amada tão distante, agora, 
é o cheiro e a imagem que me restituis.

Carlos Arnaud

Na tez do prado, exímia flor viceja,
Seu cálix de ouro ao sol resplandece,
E a brisa mansa, cândida, esmorece
Ante o perfume que em volúpia alveja.

E logo ao lado, austero e vil, rasteja
O espinho agudo, em nua mudez cresce,
Sem cor, sem graça, com sua ira fenece
No chão estéril que em desdém o beija.

Oh, contraste! Que ironia se ensina
Na arte estranha da agreste campina,
Onde a beleza e a dor se fazem laço!

Pois da flor nasce uma grandeza divina,
E do espinho o pranto da fatal ruína,
Tecendo vida em dúbio e ingênuo passo.

Carlos Arnaud

Nos lábios dela, a rima é mel furtivo,
Mas se beijá-la, provo o amargo pranto.
Seu olhar de íris clara e luz de espanto
Fere-me a alma, como aço frio e esquivo.

Doura-lhe o sol a tez, num tom lascivo,
Mas sua voz ressoa como um canto brando,
Pois há em seu peito o ardor pulsando
Que ao meu clamor responde mui reativo.

Minha Bela Angelina, sou mero viajante,
Perdido em órbita, sem brilho e fomento,
A vagar no vácuo, errante e distante.

Se o amor foi pena, traçou meu destino:
Serei eu poeta, e em versos o lamento
Por não ter sido o seu querer libertino.

Carlos Arnaud

Na cidade altiva, onde a noite avança,
o luar recobre a praça e a nua estrada,
brilhando no Prata, pura luz que dança,
tecendo as sombras numa renda alada.

Um sereno espelho nas águas do rio,
reflete o céu num sonho imaculado,
de súbito envolve o campo em desvario,
seu véu de luz em pranto derramado.

E sob a brisa, toda terra se enfeitiça,
nas folhas que murmuram seus enredos,
A lua desliza em sua áurea preguiça,

bordando vales com seus brancos dedos.
Assim, São Domingos guarda em sua liça
o encanto oculto dos astros quedos.

Juvenal Antunes

Para possuir-te, ó bela flor sublime,
Não vacilei ante a perfídia e o dolo,
Para dormir no leito do teu colo,
Loucura cometi, que não se exprime.

Para acalmar esta anciã, que me oprime,
Só nos teus braços sei achar consolo...
Por ti, sem pejo nem temores, rolo
Pela ladeira aspérrima do crime.

Mas, Juvenal, e o teu orgulho de homem?
E as nobres ambições, que nos consomem,
A glória, a inteligência, o bem, o estudo?

Quanto a essas coisas, meu desdém profundo!
Mais nada me interessa neste mundo...
Só tu, querida, para mim, és tudo.

Raimundo Correia

Esbraseia o Ocidente na agonia
O sol... Aves em bandos destacados,
Por céus de oiro e de púrpura raiados
Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...

Delineiam-se, além, da serrania
Os vértices de chama aureolados,
E em tudo, em torno, esbatem derramados
Uns tons suaves de melancolia...

Um mundo de vapores no ar flutua...
Como uma informe nódoa, avulta e cresce
A sombra à proporção que a luz recua...

A natureza apática esmaece...
Pouco a pouco, entre as árvores, a lua
Surge trêmula, trêmula... Anoitece.

Guilherme de Almeida

Estas e muitas outras coisas, certo,
eu julgava sentir, quando sentia
que, descuidado e plácido, dormia
num inferno, sonhando um céu aberto.

Mas eis que, no meu sonho, luzidia
passas e me olhas muda. E tão de perto
me olhas, tão junto passas, que desperto,
como se em teu olhar raiasse o dia.

Data de então a página primeira
da nossa história, sem a mais ligeira
sombra de mágoas nem de desenganos.

Bastou-nos, para haver felicidade,
a pujança da minha mocidade
e a flor de carne dos teus verdes anos.

Carlos Arnaud

Por que não entendes? Ó dúvida fria,
Que turva o olhar e a mente enrijece,
Se falo em verso, e a rima enaltece,
A dor que me toma, tem lenta agonia.

Meus signos ocultos em tela sombria,
Arte esculpida, que o tempo enobrece,
Teu peito, austero, jamais reconhece,
O drama que a alma em pranto anuncia.

Nas formas do parecer busco sentido,
No verso preciso, sem mágoa ou alarde.
Mas tu me rejeitas, num tom incontido.

Oh Bela Angelina, sou forma, sou tarde,
E sigo sem voz, sem eco, meio perdido,
Por não entenderes meu soneto covarde. 

Juvenal Antunes

Para os beijos de outrora, não me chamas,
Nem teus braços me chamam como outrora...
Chamo-te em vão! Não vens! Já não me amas...
Amas a outro, talvez que a alma te implora!

Que vale um poeta que se queixa e chora,
Por quem nem uma lágrima derramas?
E quem se desengana de hora em hora,
Sem decifrar, indecifráveis tramas?

Laura, hoje eu sou um mísero exilado
Que, para alheias terras exportado,
Há de morrer em breve de saudade!

Mas, se a vida no espaço continua,
De lá, do quente sol ou da fria lua,
Eu te amarei com a mesma intensidade!

Juvenal Antunes

Laura, depois de ouvir as minhas queixas,
Estavas iluminada e luminosa!
Nas faces de uma suplicada rosa...
Poeta, quero dormir, tu não me deixas!

Não deixo! És muito mentirosa!
Queres mais um soneto? Não te mexas,
Alisa, minha Laura, essas madeixas.
Assim... Ficastes agora mais formosa!

Ora! Não sabes em que estou pensando...
A vida, disse Laura, me abraçando,
Não pode ser por mim, levada a sério!

Sou a mulher, meu Poeta, que seduzes...
Mas, não entendes nunca, nem traduzes,
Porque eu devo ser o teu mistério!

Carlos Arnaud

Com mãos no arco e alvo olhar ardente,
Dispara dos céus a sua seta certeira,
Que fere o incauto, e em chama primeira
Inscreve o amor, vasto e transcendente.

Não há muralha, escudo ou resistente,
Que escape ao dardo e à dor verdadeira,
Pois sua boa feição, de aura ligeira,
Esconde um poder firme e persistente.
                              
Ó anjo travesso, em tiros certeiros,
Brincas com as almas, alças destinos,
Tecendo os laços com gestos faceiros.

Que tua bela arte guie os desatinos,
E forje, ao lume dos tempos primeiros,
Sonhos áureos com anseios cristalinos.

Carlos Arnaud
                              
Por que não te declaras, alma discreta,
Se tens nos olhos chama tão ardente?
Por que calar se o peito não se aquieta
E a voz do amor ressoa em tua mente?

Se a aurora em versos te interpreta
E o vento brando exalta o teu presente,
Por que almejas, minha tímida poeta,
Ceder ao anseio forte e contundente?

Talvez te iluda o medo inconsistente,
Que vela o brilho do teu próprio afeto,
Revelado em cada olhar mui claramente.
                   
Oh, Bela Angelina, serei eu insolente?
Pois o amor que palpita e vive inquieto,
Um dia se abrirá, ainda que tardiamente. 

Raimundo Correia

Homem, da vida as sombras inclementes
Interrogas em vão: – Que céus habita
Deus? Onde essa região de luz bendita,
Paraíso dos justos e dos crentes?…

Em vão tateiam tuas mãos trementes
As entranhas da noite erma, infinita,
Onde a dúvida atroz blasfema e grita,
E onde há só queixas e ranger de dentes…

A essa abóbada escura, em vão elevas
Os braços para o Deus sonhado, e lutas
Por abarcá-lo; é tudo em torno trevas…

Somente o vácuo estreitas em teus braços;
E apenas, pávido, um ruído escutas,
Que é o ruído dos teus próprios passos!…

Antero de Quental

Chovam lírios e rosas no teu colo!
Chovam hinos de glória na tua alma!
Hinos de glória e adoração e calma,
Meu amor, minha vida e meu consolo!

Dê-te estrelas o céu, flores o solo,
Cantos e aroma, o ar e sombra, a palma.
E quando surge a lua e o mar se acalma,
Sonhos sem fim e eu preguiçoso rolo!

E nem sequer te lembres de que eu choro...
Esquece até, esquece, que te adoro...
E ao passares por mim, sem que me olhes,

Possam das minhas lágrimas cruéis
Nascer sob os teus pés flores fiéis,
Que pises distraída ou rindo esfolhes!

Florbela Espanca

Gosto de ti, ó amiga, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo teu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…

Talvez um dia entenda o teu mistério…
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O teu corpo matar a fome das rosas!

Carlos Arnaud

Ó Mãe, esteio eterno do meu existir,
Altar sagrado num templo de bondade,
Teus braços, um porto na tempestade,
E tuas palavras, um caminho a seguir.

No céu repousas como uma santidade,
Com bênçãos de paz em chão sagrado,
Feliz é Deus que a tens ao teu lado,
Guiando passos da minha fragilidade.

Em teu amor, Mãe, encontro o senso,
A vida em teus braços fez-me intenso,
Como luz divina de um mundo melhor.

Sublime é tua força em teu ascenso,
A renúncia que oculta um céu imenso,
Onde estrelas brilham ao teu redor.

Clicky