Nicolau Tolentino
Vens debalde, oh belíssima perjura,
Com o lindo rosto em lágrimas banhado:
Já fui por ti mil vezes enganado,
E sempre me afetaste essa ternura.
Esse alvo peito, que é de neve pura,
Mas de aço, e fino bronze temperado,
Encobre um coração refalseado,
Um coração de viva rocha dura.
Em vão trabalhas, se enganar-me queres,
Vejo correr com ânimo sereno
Esse pranto em que fundas teus poderes:
Mal inventado ardil: ardil pequeno:
Tu mesma me ensinaste, que as mulheres
Misturam com as lágrimas o veneno.
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