Afonso Lopes de Almeida
Essa janela a casa nos amplia...
Por ela, aberta para o panorama,
Vê-se nascer, vê-se morrer o dia,
No esplendor dos crepúsculos em chama.
Dos montes para o plaino, a casaria
Ao pendor das vertentes, se derrama;
Depois, o mar, que ao longe ulula e brama,
Preso na jaula verde da baía.
As destras, finas, hábeis mãos de artista,
A minha Mãe, em frente a essa janela
Urde a trama dos sonhos, imprevista...
E eu, vendo-a, penso então, com os olhos nela:
Se de dentro de casa é linda, a vista,
De fora para dentro, ainda é mais bela!
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