Francisco Mangabeira
Vejo-a por tudo e sempre... Do telhado
A espiar-lhe, entrando com os clarões do dia,
Ou furando a vidraça de lado a lado,
Sempre junta com o sol que além radia.
Por isto eu libo o cálice dourado
Onde treme o licor da fantasia,
Até cair no chão embriagado,
E vela em sonhos, como sempre a via...
Na solidão atroz deste abandono
Como um sonho consola! Que não venha
Algum ditoso perturbar meu sono.
Não me desfaçam este sonho lindo...
Se quer Deus que eu dormindo os gozos tenha,
Passem de longe e deixem-me dormindo!
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