Alphonsus de Guimaraens
Quando te fores, branca, de mãos postas,
E me deixares neste vale de pranto,
Deitada assim, como as demais, de costas
Sobre o teu leve esquife de pau-santo:
Quando as rosas dos seios, decompostas,
Vierem causar à própria morte espanto,
E nessas tábuas vis, onde te encostas,
Te for o lodo o derradeiro manto:
Ainda hei de ver as lúcidas violetas
Que floriram no teu olhar incerto,
Por sob as tuas sobrancelhas pretas...
Ai! como Inês tu não serás rainha:
Mas amada hás de ser no céu decerto
Porque na terra nunca foste minha...
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