Alphonsus Guimaraens
Voltas a ser de novo aquilo que tu eras.
A evocadora palidez do teu semblante
Faz-me pensar nas Virgens-Monjas de outras eras,
Quando de nós estava o Céu menos distante.
Na áurea correspondência estelar das esferas
A tua Alma nupcial há de passar triunfante.
O teu olhar reflete, entre vagas quimeras,
O Inferno, o Purgatório e o Paraíso de Dante.
Havia tal palidez ao redor do teu vulto,
Que eu disse ao ver-te aqui, nas terrenas idades:
O teu corpo já esteve entre flores sepulto...
Nesses restos de vida arde um fogo celeste:
Passam no teu olhar as longínquas saudades
Do esquife que deixaste ou do Céu de onde vieste...
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