Alphonsus de Guimaraens
Lírio do vale perdido na corrente,
Segue formosa e fria entre outros lírios...
Na cabeça, uma coroa de martírios;
Nos olhos virginais, a paz silente.
As estrelas virão acender círios
No fundo deste leito, suavemente:
E a lua beijar-lhe-á, calma e dolente,
– A lua que abençoou os meus delírios.
Que venha o vago luar que anda nas covas
Atolar-me a fronte, onde vagueia
O beijo etéreo e trágico de Hamleto...
Formosa como vou, com flores novas
Beijando a minha cor de lua-cheia,
O Príncipe ter-me-á Eterno Afeto.
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