Amadeu Amaral
Minha alma é uma casa abandonada
por cujos tenebrosos corredores
volteia a ronda volatizada
dos espectros de mortos moradores.
Um dia a esta mansão mal-assombrada,
afugentando a treva e seus horrores,
entraste - alegre aparição alada -,
num explodir de claridade e olores;
mas de pronto fugiste, e hoje, silente,
esconde a velha casa à luz do dia
as mesmas sombras, que volteiam juntas...
Ah! Terei de guardar eternamente
na solidão desta alma escura e fria
estas saudades de ilusões defuntas!
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