Alphonsus de Guimaraens
Com a vasta escuridão do teu cabelo ensombras,
Se o destranças pelo ar, o próprio sol que bate
Nessa carne que tem a maciez das alfombras
Feitas de seda branca e veludo escarlate.
Não sei quem és e ao mesmo tempo assombras.
Alguma coisa de astro o teu sorriso dá-te…
Errante multidão de espectros e de sombras
Anda em redor de ti como para um combate.
Para quê, para quê tanta mágoa me deste?
Por que surgiste aqui, na minha noite espessa,
Tu, Rainha imortal de algum Sabá celeste?
Fantasma, és a Mulher! Levanta-te, Anjo eterno!
Ergue-te mais, e mais! Como a tua cabeça
Pode tocar o Céu, se tens os pés no Inferno?
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