Virgínia Vitorino
Não venhas ver-me não. De que servia?
Nem eu tenho coragem para tanto.
Gostava muito, sim, mas todo o encanto
Da tua grande ausência acabaria.
É tornar-te a perder. Num certo dia,
Tu partes novamente, e todo o pranto,
Ou pouco ou muito - não importa quanto -
Nunca o compensa uma hora de alegria.
Mas, se eu não posso ter outro desejo!
Se eu, não te vendo a ti, nada mais vejo!
Como é que, sendo assim, não te hei-de ver?
Responde-te a minha alma comovida:
- Vale mais ter um mal por toda a vida
Do que alcançar um bem para o perder.
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