Luís Guimarães Júnior
Quando Satã, o Arcanjo fulminado,
Pelas divinas mãos, a criatura
Obra de Deus - encarcerar procura
Entre as brônzeas muralhas do Pecado,
Explora o mundo inteiro disfarçado:
É o Ódio, a Guerra, é a Avareza impura,
A Luxúria venal, a torva e escura
Vingança... E sempre, sempre transformado,
A raça humana, estólida e ignorante,
Lança aos martírios dum cruel tormento
Mais pavoroso que as visões do Dante.
Ah! quando chega a minha vez intento
Salvar-me - Em vão! - O infame nesse instante
É mais atroz ainda: - é o Pensamento.
0 comentários :
Postar um comentário