Juvenal Antunes
Amo-te ainda e sempre! A tua luz do dia
Surja após esta noite e seus lamentos...
E voem para ti meus pensamentos,
Saiba-te falsa embora, falsa e fria!
Terei até nos lábios a alegria,
A alegria fictícia dos tormentos
Que, abafando os mais rudes sofrimentos,
Num sorriso tristíssimo irradia...
Distribuirei olhares e canções...
Farei versos a outras... e irei, terno,
Murmurando fingidas confissões...
Tu, no entanto, terás mais bela palma:
A glória deste amor, único, eterno,
E a adoração constante de minh'alma!
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
 - São Domingos do Prata, Minas Gerais
 - E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
 
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Juvenal Antunes Guarda, esconde estes versos no teu seio! Talvez, um dia, lendo-os novamente, Teu coração, ao meu amor alheio, Creia, afinal...
 
Otacílio de Azevedo
Alto, de frente ao revoltoso oceano
e exposto à eterna rigidez do vento,
levanta-se ao prestígio soberano
dos músculos de ferro, o cata-vento.
Pulsa-lhe a vida a cada movimento
e parece oxidar-lhe o desengano,
quando se lhe transforma num lamento
todo o seu vão clamor, vezes humano.
Pregado ao solo, numa infinda mágoa,
de mil sonhos, talvez, sobre os escombros,
chora, enchendo de pranto a caixa-d'água ....
É que ele, preso à angústia de existir,
sente a revolta de suster, aos ombros,
asas de ferro, e não poder subir!
Otacílio de Azevedo
Noite. Plange, convulsa, a harpa do vento. A terra
Dorme. O espaço lá fora é tempestuoso e escuro.
Nem sequer uma estrela as pálpebras descerra,
Se as pálpebras descerro e uma estrela procuro...
É nesta hora de amor que de joelhos murmuro
Doce nome de alguém que entre saudades erra...
Surge, irradiando ao sol de seu sorriso puro,
Todo o seu vulto ideal que a minha vida encerra.
Abraço-lhe os braços!... Vem... E o seu cabelo louro
Deixe ver através de uma neblina de ouro
Todo o seu corpo em flor que de almo luar se neva...
Mas se tento oscular-lhe o alvo colo macio,
Súbito, foge... E eu sinto, abandonado e frio,
O meu beijo rolar na solidão da treva...
Adelle de Oliveira
Ontem, pobre de mim. Porque pensasse
Demais em ti, como a ninguém diria,
Vi mais de um riso ingrato de ironia
Pungir minha'alma e abrasear-me a face.
Inda ao lembrar-me a confusão renasce
E coro, e tremo como então tremia
O casto amor que sinto e que escondia,
Quis o destino, vê, que revelasse.
E foi assim: na sala cheia passa
Alguém que eu chamo docemente (era
Ali, na sala, a fina flor da graça).
Não me responde, que suplício o meu,
Em vez do nome que eu chamar devera,
Sem que soubesse murmurara o teu.