Os Mais Belos Sonetos

Coletânea de sonetos escritos por poetas brasileiros, lusos e de outros paises

dez
28

Mauro Mota

Minha alma! Amiga! Vem de tua fronde
a encarnação da dor num grande grito!
Abres os braços, gritas ao infinito,
mas a voz do silêncio é quem responde!

Tão moça és! No entanto, não sei onde
possa encontrar o bálsamo bendito
que cure a imensa chaga que se esconde
pelas entranhas do teu ventre aflito!

E a maior dor das tuas grandes dores
é a de viver aos sóis das Primaveras
sem a fecundação que, ansiosa, esperas.

Tua mísera tristeza simboliza o luto!
Talvez fosse melhor nunca dar flores
Do que florir somente, e não dar fruto!

dez
21

Carlos Arnaud

Noite de Natal, na paz se veste o mundo,
Sob a luz das estrelas, sonhos reluzentes, 
Silêncio sereno, um mistério profundo, 
Cânticos divinos, nas vozes resplendentes.

Brilham os olhos, no encanto profundo, 
Esperança renasce, em corações ardentes, 
Na manjedoura humilde, o amor fecundo, 
Cristo, em seu berço, abençoa os presentes.

A mesa está farta, um calor acolhedor, 
Abraços apertados, na doce harmonia, 
Luz de velas ilumina o amor verdadeiro.

Que esta noite seja de eterno fervor, 
A união se fortaleça, mais na alegria, 
E que a paz reine no novo ano inteiro.

dez
14

Carlos Arnaud

O Grinch, do monte, vê o mundo humano, 
Noite de Natal, o riso estridente lá ecoa, 
Deseja ele roubar, em um golpe insano, 
Levando todo brilho, que o Natal entoa.

Da vila do Quem, no vale, ergue o canto, 
Corações se aquecem, em união repleta, 
E o Grinch, em trevas, traça com espanto, 
Um plano de levar embora toda a festa.

Naquela noite fria, o roubo se consuma, 
Árvores, luzes, presentes, na bagagem, 
Esperança furtada, Natal que se desfaz.

Mas o coração do Grinch, de gelo em suma, 
Desperta ao som do amor, e na passagem, 
Descobre que Natal é um momento de paz.

dez
07

Carlos Arnaud

No céu de bruma, Angelina emerge, 
Como um sonho etéreo, intocável. 
Olhar misterioso, na noite diverge, 
Num enigma brando, impenetrável.

Os teus passos ecoam na penumbra, 
Sussurros suaves em uma extasia, 
Cada gesto teu, mais que vislumbra,
Revela e oculta a própria fantasia.

Bela Angelina, na dúvida do não dito, 
És a mulher que desvenda o infinito, 
E no teu ser, o mistério é presente.

O perfume de teu corpo é incenso, 
E no silêncio, sua voz é fogo imenso,
Que invade e desperta a alma da gente.

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