Brasílio Machado
Tudo assim vai: a luz para o adito sombrio,
o verme para o fruto, a flor para o paul;
as asas sobre a chama; o ninho pelo rio;
o espírito na sombra, as nuvens pelo azul;
a fonte para a pedra, a lágrima nos cílios,
nos lábios o soluço, o coração na dor;
a nênia compassando o canto dos idílios,
neblina sobre luz, ciúme sobre amor;
a neve em campo azul, os lírios e a saudade,
o tédio, o sofrimento em plena mocidade,
dos espinhos no ramo, em bando, os colibris...
No entanto quando vem da morte a imagem nua,
ave tonta, nossa alma em lágrimas recua,
se debatendo ao pé do túmulo... feliz!