Luís Guimarães Júnior
Corta o navio as águas encrespadas
Do mar convulso, tenebroso e imenso;
Das noites as asas, o sendal extenso
Cobrem do espaço as névoas agitadas;
Longe, bem longe - as cores desejadas
Do farol, entre o céu e o mar suspenso,
Rompem da noite o nevoeiro denso,
Guiando o barco às plagas afastadas.
Assim também seguro caminhando
Vai meu amor em meio dos escolhos,
Tal como o lenho as ondas recortando:
Que importa a dor, o frio, os crus abrolhos,
Se eu vejo sempre além vir despontando
A clara luz dos teus profundos olhos!
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