Luís Guimarães Júnior
Quando eu contemplo os olhos teus, ó pura
Obra de Deus num dia abençoado,
Sinto que voo aos astros enlaçado,
Preso aos raios da tua formosura.
E uma gostosa e matinal frescura
Tal como um véu de beijos recamado,
Cobre o meu coração fanatizado,
Cego de amor e cego de ventura.
És como a Lua plácida e erradia:
Ao teu olhar meu coração ansioso,
Igual aos bosques quando expira o dia,
Repousa envolto num tremente gozo,
E a ti se eleva a minha poesia
Bem como a voz dum rouxinol medroso.
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