Luís Guimarães Júnior
É meia noite. O hino funerário
Das doze angústias voa doloroso
Entre os raios da lua, e majestoso
Rodeia a cruz do velho campanário.
Tudo é silente. O espectro solitário
Do remorso e do amor paira onduloso
Nas mudas trevas, - arrastando um gozo,
Ou as medonhas fímbrias de um sudário.
Mas o Poeta, erguendo a fronte ousada,
Faiscante de límpida alegria
E de virentes ilusões ornada,
Ouve a sorrir a lúgubre elegia,
Pois em sua alma ardente e deslumbrada
Jorra em ondas de luz: - é meio dia!
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