Luís Guimarães Júnior
Tu és famosa, ó bela, és celebrada
Como as deusas de Lesbos e de Atenas;
És a rival das lúbricas Helenas,
És a moderna Aspásia idolatrada;
Sobre essa boca úmida e culpada
Folgam do Gozo as imortais falenas;
És o tesouro das gostosas penas
Que cega e atrai a alma escravizada;
Rola a teus pés o cofre da opulência,
Um teu sorriso é da fortuna a origem,
Um teu aceno arrasta a consciência:
No entanto, às vezes, uma atroz vertigem...
- “É que nesse momento a Providência
Vara-me a alma com um olhar de virgem!”