Castro Alves
Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso
que te elevas da noite na orvalhada?
Tens a face nas sombras mergulhada...
Sobre as névoas te livras vaporoso...
Baixas do céu num voo harmonioso!...
Quem és tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada
cerca-te a fronte, ó ser misterioso!
Onde nos vimos nós? És doutra esfera?
És o ser que eu busquei do sul ao norte...
Por quem meu peito em sonhos desespera?
Quem és tu? Quem és tu? - És minha sorte!
És talvez o ideal que esta alma espera!
És a glória talvez! Talvez a morte!
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