Victor Silva
Só, dominando no alto a alpestre serrania,
Entre alcantis, e ao pé de um rio majestoso,
Dorme quedo na névoa o solar misterioso,
Encerrado no horror de uma lenda sombria.
Ouve-se à noite, em torno, um clamor lamentoso,
Piam aves de agouro, estruge a ventania,
E brilhando no chão por sobre a selva fria,
Correm chamas sutis de um fulgor nebuloso.
Dentro um luxo funéreo. O silêncio por tudo...
Apenas, alta noite, uma sombra de leve
Agita-se a tremer nas trevas de veludo...
Ouve-se, acaso, então, vaguíssimo suspiro,
E na sala, espalhando um clarão cor de neve,
Resvala como um sopro o vulto de um vampiro.
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