Luís Delfino
Como estátua de mármore, na cama
Feita de linho, e sobre o nevoeiro
De rendas, em que rola o travesseiro,
Que luar doce o corpo teu derrama.
Azula-o brandamente etérea chama,
Molha-o a luz do teu olhar fagueiro;
E o sol, nos teus dois sóis prisioneiro,
Embalde ir para o céu forceja e clama.
Deixa-o ir. - Fica tu serena e casta
No calor desta alcova pequenina,
Que a imensa curva azul talvez mais vasta.
Deixa-me após na luz que me fascina,
Deste céu em que estás, e que me basta,
Cair morto aos teus pés, mulher divina.
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