Luís Guimarães Júnior
Ias vivendo alegre e descuidosa,
Ó virgem alma! – Um dia aos teus ouvidos
Passar sentiste os mágicos ruídos
Que a voz do beijo espalha vitoriosa.
Essa harmonia ardente e saborosa
Perturbou como um vinho os teus sentidos...
Viste romper uns sóis desconhecidos,
Pobre Vestal! e a fronte ergueste ansiosa.
Vibrou enfim a desejada hora,
Hora do amor cruel e fugitiva,
Em que dobrando a fronte, livre outrora,
Triste, abatida, em lágrimas, cativa,
Tu sofres a delícia aterradora
De estares sepultada e estares viva.
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