Belmiro Braga
Se ouvires, a sonhar, uns vãos rumores,
Não são as aves festejando o dia:
- São os últimos gritos que te envia
Meu triste coração, morto de amores...
Se sentires uns tépidos olores,
Não penses que é o rosal que te inebria:
- É a minha alma nas ânsias da agonia
Que, só por te beijar, se muda em flores...
Se vires baloiçar as níveas gazas
Do dossel de teu leito, não te afoites,
Nem te assustes, querida! São meus zelos
Que vão, de leve, sacudindo as asas,
Carinhosos, beijar, todas as noites,
Teus olhos, tua fronte e teus cabelos...
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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