Jair Salles
Tão importante quanto amar alguém
talvez não seja só amar somente
e nem se dar por se querer contente
e nem se ter só pra dizer que tem!
Mais importante é quando o amor provém
de duas vidas num querer silente,
retribuindo ao mesmo canto urgente
a voz que clama pelo mesmo bem!
Mas quando tudo não se faz aceso
o coração já vem querer nos por
o que decerto já não traz desculpa!
Quem não amou ainda não sabe o peso:
amar sem medo é o verdadeiro amor
e não culpar-se é a verdadeira culpa.
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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Fausto Cardoso
Deslumbrado, cheguei, chorando, à terra, um dia!
E, do lauto festim da vida, achei-me à mesa;
Sempre libei, cantando, a taça da alegria,
Embebedou-me sempre o vinho da tristeza.
Esplêndidas visões trouxeram-me, à porfia,
As ânforas do amor. E, de volúpia acesa,
Minha boca, de boca em boca, um mosto hauria,
Que de tédio me encheu por toda a natureza!
Dá-me a velhice a taça. Eu das paixões prescindo.
E, ébrio, ascendo a espiral de um sonho delicioso,
No vinho da saudade achando um gosto infindo!
Parece-me o passado um rio luminoso,
Onde vogo a rever pelas margens, florindo,
A dor que, ao longe, tem as seduções do gozo!
A mente se me torna enfraquecida
E o corpo tenho para o chão curvado.
E mesmo assim, neste penoso estado,
Que a discreto repouso já convida
Uma incessante e temerosa lida
Me consome o viver triste e cansado.
E o velho coração – quem tal dissera –
Persegue ainda a muita vâ quimera
No louco intento de encontrar ventura.
E nestas lutas vou cumprindo a sorte,
Até que venha a compassiva morte
Levar-me à grande paz da sepultura.
Raul de Leoni
Poente no meu jardim... O olhar profundo
Alongo sobre as árvores vazias,
Essas em cujo espírito infecundo
Soluçam silenciosas agonias.
Assim estéreis, mansas e sombrias,
Sugerem à emoção em que as circundo
Todas as dolorosas utopias
De todos os filósofos do mundo.
Sugerem... Seus destinos são vizinhos:
Ambas, não dando frutos, abrem ninhos
Ao viandante exânime que as olhe.
Ninhos, onde vencida de fadiga,
A alma ingênua dos pássaros se abriga
E a tristeza dos homens se recolhe...
Florbela Espanca
Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.
Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beijá-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!