Jair Salles
Tão importante quanto amar alguém
talvez não seja só amar somente
e nem se dar por se querer contente
e nem se ter só pra dizer que tem!
Mais importante é quando o amor provém
de duas vidas num querer silente,
retribuindo ao mesmo canto urgente
a voz que clama pelo mesmo bem!
Mas quando tudo não se faz aceso
o coração já vem querer nos por
o que decerto já não traz desculpa!
Quem não amou ainda não sabe o peso:
amar sem medo é o verdadeiro amor
e não culpar-se é a verdadeira culpa.
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
Arquivos do Blog
Alguns Poetas
- Aécio Cavalcante
- Alberto de Oliveira
- Alphonsus de Guimaraens
- Alvaro Feijó
- Antero de Quental
- Artur Azevedo
- Augusto de Lima
- Augusto dos Anjos
- Auta de Souza
- Belmiro Braga
- Bento Ernesto Júnior
- Corrégio de Castro
- Cruz e Souza
- Cynthia Castello Branco
- Edgard Rezende
- Euclides da Cunha
- Fagundes Varela
- Fausto Cardoso
- Florbela Espanca
- Gregório de Matos
- Guilherme de Almeida
- J. G. de Araujo Jorge
- Júlio Salusse
- Luis Vaz de Camões
- Machado de Assis
- Manuel Bandeira
- Mauro Mota
- Narciso Araujo
- Nilo Aparecida Pinto
- Olavo Bilac
- Paulo Gustavo
- Paulo Mendes Campos
- Pe. Antônio Tomás
- Pe. Manuel Albuquerque
- Raimundo Correia
- Raul de Leoni
- Raul Machado
- Silva Ramos
- Vicente de Carvalho
- Vinícius de Moraes
Top 10 da Semana
-
Luís Guimarães Júnior Eu vejo-a sempre no final do dia, Quando os purpúreos flocos do ocidente Vão descorando harmoniosamente, Aos gem...
-
Raul de Leoni Não aprofundes nunca, nem pesquises O segredo das almas que procuras: Elas guardam surpresas infelizes A quem lhes desce...
-
Euclides da Cunha Morrem os mundos... Silenciosa e escura, Eterna noite cinge-os. Mudas, frias, Nas luminosas solidões da altura Ergue...
-
Juliana S Valis Um outro ano nasce após dias de parto Em meio às dores do tempo e da esperança assídua Como se existisse sempre um momen...
-
Jenário de Fátima Amei-te tanto amor... amei-te tanto! Fostes meu ar, fostes meu alimento. Fostes meu colo, abrigo, meu alento, Fostes ...
-
Alphonsus de Guimaraens Bendita sois entre as mulheres! Puras Irradiações de salmos encantados De glória a ti, Senhora, nas alturas, Por séc...
-
Hermes Fontes Juro por tudo quanto é jura.., juro por mim, por ti, por nós, por Jesus Cristo, que hei-de esquecer-te! Vês? Estou seguro ...
-
Antero de Quental Noite, irmã da Razão e irmã da Morte, Quantas vezes tenho eu interrogado Teu verbo, teu oráculo sagrado, Confidente e...
-
Oldney Lopes O sonho é um refúgio em que o errante Eterno amante da paz que procura Sai da loucura por um breve instante E, agonizante,...
-
Augusto dos Anjos E eu disse – Vai-te, estrela do Passado! Esconde-te no Azul da Imensidade, Lá onde nunca chegue esta saudade, - A som...
Fausto Cardoso
Deslumbrado, cheguei, chorando, à terra, um dia!
E, do lauto festim da vida, achei-me à mesa;
Sempre libei, cantando, a taça da alegria,
Embebedou-me sempre o vinho da tristeza.
Esplêndidas visões trouxeram-me, à porfia,
As ânforas do amor. E, de volúpia acesa,
Minha boca, de boca em boca, um mosto hauria,
Que de tédio me encheu por toda a natureza!
Dá-me a velhice a taça. Eu das paixões prescindo.
E, ébrio, ascendo a espiral de um sonho delicioso,
No vinho da saudade achando um gosto infindo!
Parece-me o passado um rio luminoso,
Onde vogo a rever pelas margens, florindo,
A dor que, ao longe, tem as seduções do gozo!
A mente se me torna enfraquecida
E o corpo tenho para o chão curvado.
E mesmo assim, neste penoso estado,
Que a discreto repouso já convida
Uma incessante e temerosa lida
Me consome o viver triste e cansado.
E o velho coração – quem tal dissera –
Persegue ainda a muita vâ quimera
No louco intento de encontrar ventura.
E nestas lutas vou cumprindo a sorte,
Até que venha a compassiva morte
Levar-me à grande paz da sepultura.
Raul de Leoni
Poente no meu jardim... O olhar profundo
Alongo sobre as árvores vazias,
Essas em cujo espírito infecundo
Soluçam silenciosas agonias.
Assim estéreis, mansas e sombrias,
Sugerem à emoção em que as circundo
Todas as dolorosas utopias
De todos os filósofos do mundo.
Sugerem... Seus destinos são vizinhos:
Ambas, não dando frutos, abrem ninhos
Ao viandante exânime que as olhe.
Ninhos, onde vencida de fadiga,
A alma ingênua dos pássaros se abriga
E a tristeza dos homens se recolhe...
Florbela Espanca
Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.
Que só, de ti, me venha mágoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beijá-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascêssemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!