Os Mais Belos Sonetos

Coletânea de sonetos escritos por poetas brasileiros, lusos e de outros paises

Gerson Silvestre Alencar

Chega setembro: a primavera se anuncia.
Ao longe vejo, solitário na campina,
O mesmo ipê que todo ano se ilumina
Tão amarelo e ofuscante à luz do dia.

Mal se reveste e já se despe a ramaria.
É quando o vento implacável em ferina
Arremetida vem e a flora elimina.
E me entristece que se acabe... Mal surgia.

Enquanto vejo o que restou da floração,
Sinto que o ipê põe-se a falar-me ao coração
(Onde, faz tempo, não florescem alegrias).

E, zombeteiro, diz: “Iguala-nos a Sorte;
Em ti também ao Riso segue um Vento Norte,
Tal como ocorre às minhas flores fugidias”.

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