Alberto de Oliveira
Austero e frio, entrar no aposento
O médico: - “É preciso o seu cabelo
Cortem.” - Dissera. E eu vi, - nem sei dizê-lo!
Cair-lhe as tranças nesse atroz momento.
Agora mais faminto, mais violento
Crescia o mal. Da morte o escuro selo
Já sobre a fronte lhe notava, e ao vê-lo,
Dor a dor me estalava o pensamento.
O olhar preso no meu, no etéreo fundo
De seu olhar um anjo me acenava,
Como a dizer: - “Já basta deste mundo!”
Com um sorriso no lábio, ela morria...
E o anjo lá estava: em seu olhar, me olhava,
Em sua boca, em seu sorrir, sorria.
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