Cabral do Nascimento
Vão as águas nostálgicas do rio…
Vão e sobre elas, a correr com elas,
distingo ainda, ao longe, as claras velas
de um ligeiro, fantástico navio.
Lá vai! Aonde? A que país sombrio?
Ou a que praias rútilas e belas
irá tocar, à luz de mil estrelas?
Sabe-lo, ó mar? E tu, luar de estio?
Ninguém sabe, só Deus, mas eu agouro
que, em certo dia azul, azul e ouro,
há de o navio balouçar num porto.
Há de chegar, como ao final de um sonho,
de brancas velas, plácido e risonho
por fora e, dentro, o capitão já morto…
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