Figueiredo Pimentel
Já nada tenho do que outrora tive,
e noutros tempos muita coisa eu tinha:
minha Alma, agora, em desespero vive,
vivendo sem viver, triste e sozinha.
Muito sorri e muita dor contive,
para que o Mundo vil não visse a minha
grande e profunda Mágoa. E assim estive,
a viver uma vida bem mesquinha.
Tudo perdi. Na noite do Passado,
apagou-se o fanal que me guiava,
no Céu do meu viver a fulgurar.
Agora, velho, trôpego, cansado,
espero, mas em vão, que da Alma escrava,
venha a Morte os grilhões despedaçar.
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