Augusta Campos
Tenho saudade de umas mãos amigas,
mãos de silêncios doces e eloquentes,
mãos que teciam versos e cantigas
na luz dourada e mística dos poentes.
Resta-me, agora, o peso das fadigas.
E, agora, em minhas mãos sós e frementes,
em vez da ardência das paixões antigas,
sinto horas frias de emoções ausentes.
Mãos amigas, amantes, namoradas,
mãos que embalaram ternas madrugadas
e acalentaram formas e segredos.
Em minhas mãos morreram primaveras.
E eu tenho, agora, inverno e vãs esperas
e saudades chorando nos meus dedos.
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