Agripino Grieco
Naquele quarto estreito e abandonado,
onde passo, estirado numa rede,
horas de tédio, enquanto o sol despede
as setas de ouro sobre o campo ao lado,
esquecido num canto, e, da parede
junto, entre flores, vasos e um bordado,
há um velho copo de cristal lavrado,
em que, às vezes, aplaco o ardor da sede.
Conta-se que esse copo pertencera,
outrora, a uma esquisita e romanesca
jovem, que nele, muita vez bebera.
E ainda hoje a extravagar cabeça louca!
se ao lábio o levo, sinto na água fresca
o perfume e o sabor daquela boca...
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