Paulo Gustavo
Se eu pudesse esquecer-te... Se eu pudesse
Arrancar-te de vez do pensamento!...
E aos céus imploro, numa ardente prece,
A suave e eterna paz do esquecimento.
Talvez que alguma calma assim me viesse
A tanto desespero, ao meu tormento.
Mas a verdade é que ninguém se esquece
De um grande amor, de um grande encantamento.
E se alguém te disser que se esqueceu
Do amor que, um dia, no seu peito ardeu,
Não creias que jamais há de lembrar.
Quando o amor é como este assim profundo,
O mais que se consegue neste mundo
É poder recordá-lo sem chorar!
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
Arquivos do Blog
Alguns Poetas
- Aécio Cavalcante
- Alberto de Oliveira
- Alphonsus de Guimaraens
- Alvaro Feijó
- Antero de Quental
- Artur Azevedo
- Augusto de Lima
- Augusto dos Anjos
- Auta de Souza
- Belmiro Braga
- Bento Ernesto Júnior
- Corrégio de Castro
- Cruz e Souza
- Cynthia Castello Branco
- Edgard Rezende
- Euclides da Cunha
- Fagundes Varela
- Fausto Cardoso
- Florbela Espanca
- Gregório de Matos
- Guilherme de Almeida
- J. G. de Araujo Jorge
- Júlio Salusse
- Luis Vaz de Camões
- Machado de Assis
- Manuel Bandeira
- Mauro Mota
- Narciso Araujo
- Nilo Aparecida Pinto
- Olavo Bilac
- Paulo Gustavo
- Paulo Mendes Campos
- Pe. Antônio Tomás
- Pe. Manuel Albuquerque
- Raimundo Correia
- Raul de Leoni
- Raul Machado
- Silva Ramos
- Vicente de Carvalho
- Vinícius de Moraes
Top 10 da Semana
-
Carlos Arnaud Na aurora de teu rosto esplendoroso, Desliza a luz que enche a minha vida. Teus olhos, estrelas em céu de gozo, Refletem a ...
-
Carlos Arnaud Na névoa tênue de um dia primaveral, As almas suspiram memórias antigas. Em sombras quietas de um sonho fatal, Sussurram hi...
-
Cruz e Sousa Rola da luz do céu, solta e desfralda Sobre ti mesma o pavilhão das crenças, Constele o teu olhar essas imensas Vagas do amor q...
-
João Ribeiro Ó Musa, cujo olhar de pedra, que não chora, Gela o sorriso ao lábio e as lágrimas estanca! Dá-me que eu vá contigo, em liberd...
-
Otávio Rocha “Venha me ver sem falta... Estou velhinha. Iremos recordar nosso passado; a sua mão quero apertar na minha quero sonhar te...
-
Carlos Arnaud No céu de bruma, Angelina emerge, Como um sonho etéreo, intocável. Olhar misterioso, na noite diverge, Num enigma brando, i...
-
Gonçalo Jácome Aquela a quem relato o meu segredo, que de lauréis a fronte me entretece, impalpável visão que no rochedo dos Prometeus do so...
-
Bernardino Lopes Velho muro da chácara! Parcela Do que já foste: resto do passado, Bolorento, musgoso, úmido, orlado De uma coroa vírid...
-
Cruz e Souza Por uma estrada de astros e perfumes A Santa Virgem veio ter comigo: Douravam-lhe o cabelo claros lumes Do sacrossanto resplend...
-
Juvenal Antunes Encarnação da máxima bondade, Imagem de candura e de beleza, Fardou-te a perdulária Natureza Exemplo de ternura e castidade....
Mário Quintana
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meus cadáveres, eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arrancar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
pois o teu coração bem me conhece,
eu sou aquela voz que, em tanta prece
endoideceu, chorou, gemeu por ti!
Sou eu, sou eu que ainda não morri.
Nem a morte me quer, ao que parece,
e vinha renovar se ainda pudesse
as horas dolorosas que vivi.
Oh! que insensato e louco é quem se ilude!
Quiz fugir, esquecer-te, mas não pude...
Vê lá do que teus olhos são capazes!
Deitando a vista pelo mundo além
desisto de encontrar na vida um bem
que valha o mal que tu me fazes!
Vinícius de Moraes
Não, já não amo mais os passarinhos
A quem, triste, contei tanto segredo
Nem amo as flores despertadas cedo
Pelo vento orvalhado dos caminhos.
Não amo mais as sombras do arvoredo
Em seu suave entardecer de ninhos
Nem amo receber outros carinhos
E até de amar a vida tenho medo.
Tenho medo de amar o que de cada
Coisa que der resulte empobrecida
A paixão do que se der à coisa amada
E que não sofra por desmerecida
Aquela que me deu tudo na vida
E que de mim só quer amor - mais nada.
Alceu Wamosy
O triste coração que eu trago, é tão velhinho,
E tanto tem amado, e tem vivido tanto,
Que não suporta mais o fogo de um carinho,
Nem de outro coração o cálido quebranto.
Às vezes, alta noite, ouço-o chorar sozinho,
Do meu peito escondido ao último recanto,
Assim como quem sente a dor de algum espinho
Que o dere, e quer leni-la , ao afagá-la em pranto.
É ele! É o coração tristíssimo, que chora
De saudade de alguém, que o fez antegozar
Um grande, um santo amor, e que se foi embora.
E escuto-o palpitar, tão leve, que parece
Um ser que sente frio, e treme, a murmurar
Num soluço infinito, os restos de uma prece...