Alphonsus de Guimaraens
Bem me valeu rezar e ser humilde e justo,
E erguer ao céu piedoso os olhos compassivos:
O dragão que eu temia apareceu-me, o busto,
Fulvo, no resplendor dos clarões redivivos...
Tombei de joelhos, sem poder lutar, a custo,
Diante da luz de sete olhos contemplativos.
Brilhava um sol qualquer no imóvel céu adusto,
Como nunca se viu neste mundo de vivos.
E os sete olhos do monstro olhavam-me, esperando
Que a minha alma cedesse à torpeza sombria
Dos pecados mortais, cada qual mais nefando.
Silêncio e morte em que me vi! Sobressaltada
A minha alma acordou, e o dragão que eu temia,
Fugindo, ante o sinal da cruz desfez-se em nada...
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