Augusto dos Anjos
Pelas do claustro salas silenciosas,
De lutulentas, úmidas arcadas,
Na vastidão silente das caladas
Abóbadas sombrias tenebrosas,
Vagueiam tristemente desfiladas
De freiras e de monjas tristurosas,
Que guardam cinzas de ilusões passadas,
Que guardam pétalas de funéreas rosas.
E à noite quando rezam na clausura,
No sigilo das rezas misteriosas,
Nem a sombra mais leve de ventura!
Só as arcadas ogivais desnudas,
E as mesmas monjas sempre tristurosas,
E as mesmas portas impassíveis, mudas!
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