Augusto dos Anjos
Canta da torre o trovador saudoso -
Addio, Eleonora! Oh! sonhos meus!
E o canto se desprende harmonioso
Na vibração final do extremo adeus.
Repercute, dolente, mavioso,
Subindo pelo Azul da Inspiração;
Assim canta também meu coração,
Trovador torturado e angustioso.
Ai! não, não acordeis, lembranças minhas!
Saudades de umas noites em que vinhas
Cantar comigo em doce desafio!
Mas, pouco a pouco, os sons esmorecendo,
Perdem-se as notas pelo Azul morrendo,
- Addio, Eleonora, addio, addio!