Alphonsus de Guimaraens
Estão mortas as mãos daquela Dona,
brancas e quietas como o luar que vela
as noites romanescas de Verona,
e as barbacãs e torres de Castela...
No último gesto de quem se abandona
à morte esquiva, que apavora e gela,
as suas mãos de Santa e de Madona,
inda postas em cruz, pedem por ela.
Uma esquecida sombra de agonias
oscula o jaspe virginal das unhas,
e ao longo oscila das falanges frias...
E os dedos finos... ai! Senhora, ao vê-los,
recordo-me da graça com que punhas
um cravo, um lírio, um goivo entre os cabelos!
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