Cruz e Sousa
Estás morto, estás velho, estás cansado!
Como um sulco de lágrimas pungidas
ei-las, as rugas, as indefinidas
noites do ser vencido e fatigado.
Envolve-te o crepúsculo gelado
que vai soturno amortalhando as vidas
ante o responso em músicas gemidas
no fundo coração dilacerado.
A cabeça pendida de fadiga,
sentes a morte taciturna e amiga,
que os teus nervosos círculos governa.
Estás velho, estás morto! Ó dor, delírio,
alma despedaçada de martírio,
ó desespero da Desgraça eterna!
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