Raul de Leoni
Renascendo no mundo da Quimera,
Ao colhermos a flor da juventude,
É quando o nosso Espírito se ilude,
Julgando-se na eterna primavera.
Mas o tempo na sua mansuetude,
Pelas sendas da vida nos espera,
Junto à dor que esclarece e regenera,
Dentro da expiação estranha e rude.
E ao tombarmos no ocaso da existência,
Nós revemos do livro da consciência
Os caracteres grandes, luminosos!...
Se vivemos no mal, quanta agonia!
Mas se o bem praticamos todo o dia,
Como somos felizes, venturosos!...
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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Oldney Lopes
O sonho é um refúgio em que o errante
Eterno amante da paz que procura
Sai da loucura por um breve instante
E, agonizante, sente nele a cura.
É um segundo de uma eternidade
Em que a verdade parece mentira
E se delira crendo a falsidade
De que a maldade perde e se retira
Por isso eu sonho e sempre hei de sonhar
Buscar no sonho o que não posso ter
E ser um sonhador alucinado
Pois que, sonhando, penso estar feliz
Traçando planos sobre um chão que fiz
Onde sonhar jamais será pecado!
Olavo Bilac
Este, que um Deus cruel arremessou à vida,
Marcando-o com o sinal da sua maldição,
- Este desabrochou como a erva má, nascida
Apenas para aos pés ser calcada no chão.
De motejo em motejo arrasta a alma ferida…
Sem constância no amor, dentro do coração
Sente, crespa, crescer a selva retorcida
Dos pensamentos maus, filhos da solidão.
Longos dias sem sol! noites de eterno luto!
Alma cega, perdida à toa no caminho!
Roto casco de nau, desprezado no mar!
E, árvore, acabará sem nunca dar um fruto;
E, homem, há-de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!
Augusto dos Anjos
Senhora, eu trajo o luto do passado.
Este luto sem fim que é o meu Calvário,
e anseio e choro, delirante e vário,
sonâmbulo da dor angustiado.
Quantas venturas que me acalentaram!
Meu peito, túmulo do prazer finado,
foi outrora do riso abençoado,
o berço onde as venturas se embalaram.
Mas não queiras saber nunca, risonha,
o mistério de um peito que estertora
e o segredo de uma alma que não sonha!
Não, não busques saber por que, Senhora,
é minha sina perenal, tristonha:
- Cantar o Ocaso quando surge a Aurora.