Alphonsus de Guimaraens
Em teu louvor, Senhora, estes meus versos,
E a minha Alma aos teus pés para cantar-te.
E os meus olhos mortais, em dor imersos,
Para seguir-te o vulto em toda a parte.
Tu que habitas os brancos universos,
Envolve-me de luz para adorar-te,
Pois evitando os corações perversos
Todo o meu ser para o teu seio parte.
Que é necessário para que eu resuma
As Sete Dores dos teus olhos calmos?
Fé, Esperança, Caridade, em suma.
Que chegue em breve o passado derradeiro:
Oh! dá-me para o corpo os Sete Palmos,
Para a Alma, que não morre, o Céu inteiro!
Quem sou eu
- Carlos Arnaud de Carvalho
- São Domingos do Prata, Minas Gerais
- E nestas lutas vou cumprindo a sorte, até que venha a compassiva morte, levar-me à grande paz da sepultura.
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Pe. Manuel Albuquerque
Quando eu soltar meu último suspiro;
quando o meu corpo se tornar gelado,
e o meu olhar se apresentar vidrado,
e quiserdes saber se inda respiro,
eis o melhor processo que eu sugiro:
- Não coloqueis o espelho decantado
em frente ao meu nariz, mesmo encostado,
porque não falha a prova que eu prefiro:
- Fazei assim: - Por cima do meu peito.
do lado esquerdo, colocai a mão.
e procedei, seguros, deste jeito:
- Gritai “MARIA!” ao pé do meu ouvido,
e se não palpitar meu coração,
então é certo que eu terei morrido!
Corrégio de Castro
Conheces, certo, aquela flor dourada
que volta a face para o sol nascente
e, tendo a face para o sol voltada,
constante o segue, desde a aurora ao poente.
E já notaste que, se anuviada
a esfera de turquesa não consente
se perceba o astro louro, a flor amada
mesmo sem vê-lo, segue o sol ausente?
Também minha alma é como a flor do helianto.
Desde o instante feliz em que te vi
como tocada de um suave encanto,
- não sei que força estranha que senti -
pois em riso ela esteja, esteja em pranto,
trago-a sempre voltada para ti!
Cynthia Castello Branco
Tenho-lhe um ódio quase extravagante
depois de havê-lo amado com loucura…
As vezes penso que se o amor não dura,
tece correntes, mesmo agonizante!
Sinto-me escrava dele e a cada instante
pergunto-me a razão desta clausura!...
Talvez porque nascendo é uma ventura,
o amor que morre é sempre vigilante.
Quero afastar os laços que me prendem
ao meu destino, assim como se eu fora
este chão que ele pisa... E, entretanto,
garras do Tempo sobre mim se estendem
e é uma vertigem doida, embriagadora,
odiá-lo assim depois de amá-lo tanto!